PAZ - Blogue luso-brasileiro
Domingo, 18 de Dezembro de 2016
PAULO R. LABEGALINI - UM JULGAMENTO PARA A POSTERIDADE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Há muito tempo atrás num tribunal de júri, referindo-se ao réu, o relator do processo leu as laudas sobre o caso, concluindo:

– Portanto, por sua culpa, alguns administradores sentem-se prejudicados, não conseguindo atingir os resultados esperados.

O réu, embora limitado, perante a acusação que lhe pesava, mantinha-se irreversível. Sua conduta era constante. A sessão prosseguiu e a palavra coube à promotoria, que argumentou:

– Conviver com o réu é praticar de forma desgastante a ciência do comportamento humano. A ele cabe organizar o nosso trabalho, nos aliviando da tensão interna e pressões externas. Torna-se insubstituível e nos obriga a definir objetivos, a concentrar nas prioridades e a controlar resultados no trabalho. Façamos dele um deus?

A defesa foi eloquente:

– O acusado não exige nada de ninguém, aliás, é benevolente com todos. Quem o menospreza, acaba rendendo-se a ele, mais cedo ou mais tarde. Se o aceitarmos com disciplina e organização, seremos proativos e teremos maiores possibilidades de sucesso; caso contrário, nossa produtividade estará comprometida.

Embora pairasse no ar certa concordância por parte dos jurados, a acusação rebateu:

– Nascemos sob sua égide e dizem que para o bem vivermos é necessário técnica e arte. Onde buscá-las se ele não as oferece?

A defesa intercedeu:

– É simples e lógica essa resposta. Um bom treinamento e planejamento diário resolvem quase todos os problemas nesse sentido. E como consequências, surgirão reeducação de hábitos e maior objetividade de ações. Pode-se negar a isso?

Novamente a promotoria:

– Nossas atividades consomem energia e possuem o seu custo. Não fosse o réu, certamente não teríamos sobrecargas de trabalho, desgastes físicos e emocionais em nosso meio. Peço a sua condenação, pois é um absurdo que o tenhamos como limite em nossas vidas.

E a defesa finalizou:

– Não façamos injustiça, senhores jurados. Ninguém pode acusar o réu de não se doar a todos de forma equitativa, até mesmo aos animais irracionais. Se ele foi colocado singular na natureza, uma razão a mais para que não o desprezemos nem o desperdicemos. Analisá-lo a cada dia e discuti-lo sempre, nos condiciona a melhorar o nosso desempenho profissional, familiar e pessoal. Basta administrá-lo adequadamente a partir de agora. Clamo pela sua absolvição.

Após o veredicto dos jurados, o meritíssimo juiz leu a sentença final:

– Absolvo o Tempo Improdutivo, esse período cronológico que limita as nossas atividades diárias, e o devolvo à vida de vocês com o nome de Tempo Planejado. Façam dele um bom uso, não o menosprezem nem o desperdicem ou, quem sabe, estarão aqui um dia em seu lugar prestando contas de suas vidas.

E nunca mais, em qualquer época, soube que o Tempo Planejado deixou de existir no trabalho dos profissionais eficazes.”

Bem, quando escrevi esta história há mais de vinte e cinco anos, a titulei de ‘A Lenda da Administração do Tempo’; e ainda hoje insisto que gerenciar o tempo é uma arte. Muitos acham que conseguem fazê-lo bem através de disciplina rígida no comportamento pessoal; outros procuram se organizar com moderação nas mudanças de hábitos. Respeito o estilo de cada um, mas ensino que estes cinco passos são essenciais à pessoa que procura melhorar a sua produtividade e a qualidade do serviço que presta:

1. ter um objetivo desafiador, mas alcançável;

2. elaborar uma lista de tarefas a realizar;

3. estabelecer escala de importância e urgência para as tarefas, de acordo com o objetivo proposto;

4. fazer um planejamento diário de atividades, priorizando mais tempo para as coisas importantes; e

5. minimizar os desperdiçadores de tempo no trabalho, para tentar cumprir o planejamento.

Se, com o tempo, isso tudo funcionar com naturalidade, certamente existirá uma parcela de ‘tempo ganho’ pelo profissional que conseguiu melhorar a autodisciplina e organização pessoal. Mas, o que fazer com esse tempo?

Nos cursos que já ministrei, ao fazer esta pergunta, cheguei a ouvir de tudo um pouco, menos ‘rezar’. Por que será? Seria vergonha de professar a fé em público? Acho pouco provável esta hipótese e acredito ser falta de prioridade à oração.

São Vicente de Paulo rezava sete horas por dia! Dizia que só assim seria possível praticar obras de caridade em nome de Deus. Quanto mais rezava, mais caridade praticava, iluminado pelo Espírito Santo. Valeu a pena priorizar dessa maneira o tempo; hoje, ele também é santo e intercede por nós!

Ação e oração, oração e ação, não importa a ordem. O importante é sabermos administrar o nosso tempo e deixarmos uma parcela maior desse precioso recurso para evangelizar. Evangelizar orando! Evangelizar testemunhando o amor de Jesus e de Maria por nós! Evangelizar participando dos trabalhos da comunidade! Evangelizar dando as mãos ao irmão mais pobre!

Meus Deus, me ajude. Haja tempo!

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.

 

 

 

Resultado de imagem para figuras animadas natalinas

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:50
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
arquivos

Julho 2024

Maio 2024

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Julho 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

favoritos

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINEL...

pesquisar
 
links