PAZ - Blogue luso-brasileiro
Terça-feira, 27 de Janeiro de 2015
PAULO ROBERTO LABEGALINI - CRISTO CONTA COM VOCÊ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Hoje, iniciarei refletindo este trecho do Evangelho de São Mateus (16,24-28):

“Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: ‘Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la. De fato, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua vida? Que poderá alguém dar em troca de sua vida? Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta. Em verdade vos digo: Alguns daqueles que estão aqui não morrerão antes de verem o Filho do Homem vindo com seu Reino’.”

O sagrado texto encontra-se nos três Evangelhos sinóticos: Lucas, Marcos e Mateus. Isto já mostra a importância da mensagem – forte e convincente. As palavras de Jesus são claras: “De fato, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua vida? Que poderá alguém dar em troca de sua vida?”. A vida é o maior bem que temos e não a podemos pôr a perder para ganhar bens menores.

O que Jesus nos oferece é a vida plena, a realização de nossos anseios de felicidade. E diz que Ele mesmo é essa vida, nossa possibilidade de salvação. Temos de deixar tudo quanto for necessário para não perder essa oportunidade única de vida eterna.

Acho interessante refletir melhor naquilo que entendo em ‘deixar tudo’. Como seres humanos, que precisarmos trabalhar, nos divertir, viver em família e tantas outras coisas mais, deixar tudo significa ter tempo para as obras de Deus. A santidade deve ser buscada passo a passo, gradativamente ao longo da vida, e não num único dia. Se vivermos sem pecados mortais no coração já é um grande começo.

Amar como Jesus amou não é fácil, mas podemos aumentar a caridade que recebemos no Batismo rezando um pouco mais, participando dos Sacramentos, trabalhando em favor dos mais necessitados, praticando a justiça e falando a verdade. Nada disso é difícil e o resultado é maravilhoso! Seremos mais amados, mais respeitados e marcaremos nossa existência por algo que valeu a pena: a comunhão de vida com Deus e com o próximo.

Portanto, no tema ‘o seguimento de Jesus’, o objetivo é a ‘vida’. Renunciar a si mesmo e perder sua vida pode ser compreendido também no desprezo do sucesso pessoal, do enriquecimento e do consumismo. Este tipo de renúncia é uma libertação para assumir o compromisso de transformação deste mundo. Não carregaremos a cruz como condenados, mas suportando dignamente o peso da violência contra quem busca vida plena para todos.

Imaginemos que resolvêssemos o contrário: apegarmo-nos às coisas materiais, cada vez mais, perdendo a vida eterna. Teríamos como voltar atrás após a morte? Quanto custaria ter nossa vida de volta? Infelizmente, quando uma alma chegou ao fim de seu caminho espiritual e perdeu todas as chances de servir a Deus, não há como ser salva. Se perdeu tudo o que é de Deus, ela própria se perdeu.

São Paulo diz: “Morrer é uma vantagem”; isto é: a minha morte por Cristo é o meu ganho. Se quisermos, de fato, perder todas as coisas que fazem mal ao espírito e nos desviam do caminho para o Céu, podemos rezar assim:

“Senhor, livrai-me da ilusão, para que não corra em busca de felicidades que não me podem saciar. Que eu nunca vos deixe por alguém ou por qualquer valor que seja. Dai-me coragem para enfrentar tudo quanto for necessário para vos permanecer fiel. Ponho minha confiança em Vós; guardai meu coração, para que vos possa seguir carregando minha cruz. Amém.”

Lembro a história do homem doente que foi visitado por um sacerdote. Ao entrar no quarto do hospital, o padre viu uma cadeira ao lado da cama, como se tivesse sido colocada para ele próprio se sentar. E perguntou ao doente:

– Você estava me esperando? Até a cadeira já foi preparada para mim!

– Não, seu padre. É nesta cadeira que Jesus fica quando vem conversar comigo. É só eu chamá-lo e ele atende. Na verdade, nunca fui muito de rezar, mas desde que caí nesta cama, tenho procurado alguém que me entenda, me faça companhia e me ajude. Encontrei o médico dos médicos e posso dizer que estou em paz.

O padre ficou admirado com a fé daquele homem. Em seguida, o confessou e partiu. Na manhã seguinte, sabendo do falecimento do doente, foi ao velório e conversou com sua filha. Ela lhe disse:

– Encontraram meu pai morto, com o rosto sobre a cadeira ao lado da cama.

– Ele carregou sua cruz e morreu deitado no colo do seu melhor amigo – respondeu o padre.

Também você, leitor, sinta-se chamado a renunciar o pecado e seguir pelos caminhos do amor. Cristo conta com você!

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:04
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