Lógo de Manhãzinha abro o jornal,
e que vejo, meu Deus, com "emoção"? (? !....);
que houve um grande desastre de avião!...
Muitos mortos, e feridos no hospital!...
De roupão e chinelas, ar banal,
tomando o meu café, barrando o pão,
leio, também, de crimes, de traição,
de desastres... Desgraças, afinal!
Mas o meu coração está sossegado.
Não é nada comigo!... Que me importa?!...
Que tem a ver com isso o coração?!...
Reconhece-te aqui, homem honrado,
neste espelho que o rosto te recorta,
e pergunta a ti mesmo se és cristão!
PINHO DA SILVA – (1915-1987) – Nasceu em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia. Frequentou o Colégio da Formiga, Ermesinde, e a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes , e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia. Vilaflorense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal de Vila Flor.
Tem textos dispersos por várias publicações, entre elas: “O Comércio do Porto”, onde mantinha a coluna “ Apontamentos”, e o “Mundo Português”, do Rio de Janeiro, onde publicou as “ Crônicas Lusíadas”. Foi redator do “Jornal de Turismo”, membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, e secretário-geral da ACAP. Está representado na selecta escolar: " Vamos Ler", da: Livraria Didáctica Editora, com o texto : " Barcos e Redes"