
Eu, não sou visível,
porque o que de mim se vê, é doutro, que não meu.
Eu, sou um que é bem diferente,
e vagueia, invisível, entre a gente!
Aquilo que de mim se vê, e julgam meu,
nem é meu,
nem sou eu.
Eu, sou a pequena centelha de outro Eu,
um Eu tão alto, tão âmplo, tão profundo,
que, perante Ele, é pequeno o próprio mundo !
PINHO DA SILVA – (1915-1987) – Nasceu em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia. Frequentou o Colégio da Formiga, Ermesinde, e a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia. Vilaflorense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal de Vila Flor.
Tem textos dispersos por várias publicações, entre elas: “O Comércio do Porto”, onde mantinha a coluna “ Apontamentos”, e o “Mundo Português”, do Rio de Janeiro, onde publicou as “ Crônicas Lusíadas”. Foi redator do “Jornal de Turismo”, membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, e secretário-geral da ACAP. Está representado na selecta escolar: " Vamos Ler", da: Livraria Didáctica Editora, com o texto : " Bacos e redes".