Tarde outonal, tão morna e tão doirada!
Desfolham-se arvoredos, lentamente!...
Os sons, são em surdina; o sol, dolente;
a própria cor do céu é magoada...
Já toda a minha rua está "folhada":
fofa de folhas secas!... Brandamente,
Inverno vai chegando, e tristemente,
às àrvores despidas, quase em nada...
No Verão, são folhas, frutos, passarada
na música dos ninhos; depois, isto,
este quadro bucólico, de ar triste:
paisagem de ternura, emoldurada
em grandes ramos secos!...Nunca visto
Painel a tinta de oiro, e paus em riste...
PINHO DA SILVA – (1915-1987) – Nasceu em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia. Frequentou o Colégio da Formiga, Ermesinde, e a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes , e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia. Vilaflorense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal de Vila Flor.
Tem textos dispersos por várias publicações, entre elas: “O Comércio do Porto”, onde mantinha a coluna “ Apontamentos”, e o “Mundo Português”, do Rio de Janeiro, onde publicou as “ Crônicas Lusíadas”. Foi redator do “Jornal de Turismo”, membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, e secretário-geral da ACAP. Está representado na selecta escolar: " Vamos Ler", da: Livraria Didáctica Editora, com o texto : " Barcos e Redes"
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