Sônia Cintra com Lygia Fagundes Telles
A comemoração do 28º aniversário da Magna Charta Universitatum Observatory, fundada pela Universidade de Bolonha e pela Associação Universitária Europeia, em 1988, foi na Universidade de São Paulo, dias 20 e 21 deste mês. O Prof. Marco Antonio Zago, Reitor da USP, participou da intensa programação que reuniu representantes de diversas universidades. Dentre eles, Sijbolt Noorda, Presidente da Magna Charta Observatory e Francesco Ubertini, Reitor da Universidade de Bolonha.
A conferência de abertura, proferida pelo ex-Premier de Espanha (1982-1996), Felipe González, no Museu de Arte Contemporânea, abordou a crise da democracia representativa. A de encerramento ficou a cargo do ex-Presidente do Brasil (1995-2002) Fernando Henrique Cardoso, que discursou sobre a estratégia global, no auditório da Reitoria. A relevante conferência de Beatriz Paredes, Embaixadora do México, sobre Educação agregou valores sociopolítico e culturais à realidade atual da América Latina, e ressaltou o comprometimento da universidade com a sociedade e sua autonomia e independência de toda autoridade política e poder econômico, enfatizando a participação da mulher nas discussões e decisões em todas as instâncias e graus de escolaridade.
Resumidamente, os princípios fundamentais da Magna Charta Universitatum são: a universidade é uma instituição autônoma no coração das sociedades diferentemente organizadas por causa da herança geográfica e histórica, e se apoia na diversidade, através da pesquisa e ensinamentos comuns a todos. Ensino e pesquisa devem ser inseparáveis na vida universitária e ter liberdade dialógica, para atender às demandas sociais e aos avanços técnicos do conhecimento científico. Como legado da tradição humanista europeia, seu cuidado constante é o conhecimento universal, sua vocação transcende fronteiras e afirma a vital necessidade do saber das diferentes culturas.
No contexto do mundo atual, as universidades são mais importantes economicamente, politicamente, culturalmente e socialmente do que o foram antes. Os desafios que elas encontram são maiores, mais complexos e requerem que sejam mais fortes e unidas. Seus valores, reafirmados pela a Magna Charta Universitatum Observatory, que reúne assinaturas de cerca de 800 universidades de 85 países, podem ser sumarizados na liberdade para o exercício profissional e estudantil, com concomitante responsabilidade da sociedade.
SÔNIA CINTRA - ESCRITORA E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA.
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