Inezita Barroso, nome artístico de Ignez Magdalena Aranha de Lima, nasceu em São Paulo, 4 de março de 1925. Cantora, compositora, atriz, instrumentista, bibliotecária, folclorista, professora, apresentadora de rádio e televisão brasileira, foi galardoada com o título de doutora honoris causa em folclore e arte digital pela Universidade de Lisboa. Atuou em cinema e teatro, produzindo espetáculos musicais de renome nacional e internacional. Apresentadora do programa “Viola, Minha Viola” da TV Cultura de São Paulo há quase 35 anos Inezita é considerada a diva da música sertaneja brasileira. Acadêmica eleita para a Cadeira nº 22 da Academia Paulista de Letras, anteriormente ocupada por Ruth Guimarães, também folclorista, infelizmente não chegou a ser empossada, pois faleceu em 8 de março de 2015.
O Presidente da APL, Gabriel Chalita, e demais acadêmicos reverenciaram a memória de Inezita Barroso, dia 12, na Sede do Arouche. Dentre eles, Renata Pallottini e José Gregori lembraram a participação de Inezita nos jograis do TBC. Mafra Carbonieri fez referência a Ochelsis Laureando, compositor de Festança no Tietê (1937), a conhecida Moda da Pinga ou Marvada Pinga, que ganhou mundo na voz e viola de Inezita. Lygia Fagundes Telles afirmou “Ela cumpriu sua vocação” e o Maestro Julio Medaglia lamentou a grande perda para a autêntica música brasileira de raiz. Ada Pellegrini Grinover resgatou da saudade Ronda (1953), de Paulo Vanzolini, e Lampião de Gás (1957), de Zica Bergami, músicas paulistas interpretadas por Inezita, por indicação do Poeta Guilherme de Almeida.
Em Jundiaí, muitas pessoas sentiram pesar com a partida de Inezita. Adilson Cobeiros, diretor fundador e regente da Orquestra Jundiaiense de Viola Caipira declarou: “É uma tristeza profunda e ao mesmo tempo uma imensa gratidão”. O violonista Fábio Zanon recordou quando Inezita se apresentou na Câmara Municipal e surpreendeu o público ao cantar sem microfone. “Ela vai fazer falta, porque o mundo precisa de pessoas que sejam incorruptíveis como ela. Ela não era uma voz, mas uma voz do povo”. Em novembro de 2014, no Projeto Saudade, da Academia Jundiaiense de Letras, que homenageou a memória de Ermínia Serafim Mendes, poeta e música afeiçoada à modinha, estava programada uma apresentação musical de acadêmicos com peças do repertório de Inezita Barroso. Lamentavelmente, por um imprevisto, não foi realizada. Quem sabe este ano dá certo
SÓNIA CINTRA - ESCRITORA E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA
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