Quem diria! Um mísero mosquito aniquila a Pátria! Enquanto governantes restam preocupados com empréstimos, parcelamentos, desvios de verbas, ou seja, a grande orgia orçamentária liberada pela assinatura da irresponsabilidade. Projetos dantescos coroados por valores triplamente onerados, propinas imensuráveis que foram parar descaradamente nas algibeiras das Excelências. O resultado: Hospitais inacabados, escolas abandonadas, educação de quinta categoria, serviço de saúde vergonhoso, seguridade social manipulada a desconsiderar o direito adquirido e total falta de segurança! A Pátria amada resta às moscas, literalmente, pois o certo é que além de tudo, um mosquito, fartamente alimentado pela falta de higiene e abandono das causas públicas, toma conta do país! Enquanto tudo acontece, brasileiros rufam os tambores, vestem máscaras e fantasias e a alienação domina! Tudo virou festa para milhares de desempregados, através da vergonhosa férias coletivas, endossada pela benesse da bolsa família, em comemoração ao carnaval! Plantando dá, não plantando dão! Enquanto a iniquidade gargalha o lixo se acumula nas ruas, sarjetas e bueiros sufocam a tubulação. A chuva chega e o caos agasalha tudo: enchentes, acidentes, mortes e desespero. Eis o grande círculo vicioso gerado pela irresponsabilidade administrativa.
Enquanto o povo canta e dança, entre brilhos e penachos, a consumir o néctar da alegria estupidamente gelado, na calada da noite, criminosos gargalham atrelados aos arranjos políticos e sorrateiramente são liberados para curtir férias em suas mansões, com o sagrado direito adquirido de receber seus rechonchudos proventos advindos dos cofres públicos.
E a população, extasiada, rodopia em torno do grande poço da maior convulsão social da história do Brasil. A grande apoteose ainda está por vir: O espetacular “pancadão” das urnas, com doações milionárias para repartição entre asseclas. Imperativo lembrar que, tal e qual pilastras de sustentação, uma parte da população trabalha e literalmente encharca a camisa para o bem da nação. Sempre existirão os que catam o lixo, varrem as ruas, semeiam o trigo, o feijão, o arroz, alimentam os animais, produzem o pão de cada dia e pagam impostos. Enquanto os partidos dos trombadinhas, ávidos em ocupar espaço na política, bando de abutres, ardilosamente, vivem a sobrevoar a Nação em busca de vantagens ilícitas para alimentar o covarde sistema de escravidão induzida, ou seja, por um côvado de pão, a servidão!
E o abutre sabe,
Que onde a injustiça campeia,
Sua mesa é sempre farta,
E seu bico não tem peia!
Valderez de Mello - Escritora e poetisa. Autora de Lágrimas Brasileiras.UM
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